segunda-feira, 29 de abril de 2013

Nürburgring - O "inferno verde" Parte 3


O Nordschleife.

Saindo da linha de partida, segue-se rápido para o “S” da Haug-Haken, mas ali era tomado uma curva em retorno, a “antiga Dunlop”, levando a uma reta paralela, no sentido oposto, até a tomada a esquerda, em direção a “Hatzenback”, em uma sequência de direitas e esquerdas rápidas até a “Hocheichen”, mais fechada. Daí uma reta em subida até a rápida direita “Flugplatz” e mais um trecho longo, o “Kotteborn”, terminando com uma esquerda suave – a “Schwedenkreuz” e em seguida chega-se a freada forte da “Arenburg”, tomada à direita. Segue-se outro trecho longo, quase reto, até a sequência com esquerda e direita da “Adenauer Forst”. Segue a reta que leva a longa esquerda “Metgesfeld”, onde chega- se rápido à freada da “Spiegel”, para a esquerda e em seguida a “Kallenhard”, para a direita, iniciando o primeiro dos dois trechos mais lentos e sinuosos do circuito.

Seguindo para a “Drei-Fach Rechts, uma direita em descida que levava a um grampo forte, para a esquerda que era a “Wehrseifen”, de onde se saia para uma sequência de esquerda e direita, a “Breidssheid” e a “Ex-Mühle”. A partir deste ponto, volta-se a andar mais tempo de pé em baixo, com uma reta que leva a forte direita da “Bergwerk”. A saida da curva leva para uma sequência de duas esquerdas rápidas, sendo a última a “Kesseichen”, que invertia para uma rápida direita e em seguida a rápida “Mutkurve”, a esquerda, que iniciava uma nova sequência de curvas mais lentas, como a “Klostertal”, para a direita e a famosa “Karussell”, um hairpin para a esquerda.
A saída da “Karussell” permitia uma aceleração forte, levando a “Hohe Acth”, uma freada forte e a curva para a direita levava a uma sequência de 5 curvas com um bom bending, mas sem permitir uma velocidade exagerada. Eram a “Hedwigs Höhe”, a “Wippermann”, ambas à direita, a “Eichbach”, para a esquerda, as duas pernas para a direita da “Brünnchen” e em seguida a esquerda da “Eiskurve”. A saída da curva dava início a uma rápida sequência de curvas rápidas, as três “Pflanzgarten”, intercaladas pela “Sprunghügel”.
Esta sequência terminava em duas esquerdas lentas, a “Schwalbenschwanz” e a “Kleine-Karussell”, saindo para tomar a direita em subida da “Galgenkopf”. Daí se seguia uma reta imensa, com subidas e descidas nas dobras das colinas da região, desde a “Döttinger Höhe, passando pela “Tiergarten” até a chicane “Hohenrain” que era a última curva antes de trazer de volta a reta dos boxes.

Dez anos de escuridão. 

A última prova corrida em Nürburgring antes da II Guerra Mundial foi GP da Alemanha, vencido pela última vez por Rudolf Caracciola. Depois disso, outras atividades menos honrosas tomaram o local.

Ao invés de carros de corrida, colunas de blindados trafegaram regularmente por diversos trechos do circuito. No final da guerra, algumas destas colunas foram inclusive bombardeadas ainda em território alemão. Ao final da guerra, o circuito estava em péssimo estado e sem nenhuma condição de uso.

Com auxilio do governo Francês, o Südschleife começou a ser recuperado em maio de 1947. Iniciando-se a reforma na reta de chegada. Algumas pequenas alterações foram feitas, com a inclinação de algumas curvas e uma nova pavimentação em todo o circuito.

Em agosto do mesmo ano, aconteceu um festival com provas de motocicletas. Nove corridas foram realizadas e com os ingressos custando 5 marcos alemães, cerca de 80 mil pessoas compareceram a reinauguração do Südschleife.

Recuperar o Nordschleife seria mais complicado, não apenas devido a extensão do circuito, mas por este ter sofrido danos maiores. A reforma do circuito, que teve verbas do esforço de reconstrução pós guerra, só foi concluída em fins de 1949. Foi nesta reconstrução que a curva do Carrossel recebeu em seu contorno interno uma cobertura com placas de concreto, devido as rachaduras que apareciam frequentemente no local.

As corridas voltaram a ocorrer regularmente a partir de 1950, inicialmente usando o Südschleife, mas quando da criação do Campeonato Mundial de Fórmula 1, Nürburgring e a Alemanha ficaram de fora da primeira temporada. Contudo, em 1951 o campeonato chegava ao país e o Nordschleife havia sido escolhido para sediar oficialmente o GP do país.

Os anos de ouro de Nürburgring. 

Após sua entrada no circuito da Fórmula 1, Nürburgring entrou em sua fase áurea, sendo o palco das provas mais exigentes do campeonato, pelo grau de dificuldade imposto aos seu competidores.
A volta a atividade de Nürburgring trouxe diversas categorias para os seus domínios. Além do automobilismo local, provas de endurance e a Fórmula 2 eram desafio para os pilotos que se aventuravam entre aquelas árvores.

Para sempre. 

Com a total desativação do Südschleife, com muitos trechos passando a fazer parte em definitivo da malha rodoviária da região, foi feito, aproveitando a área da reta de largada e dos antigos boxes onde foram feitos os novos boxes e todo um novo circuito foi construído, dentro dos mais rígidos padrões de segurança da Fórmula 1 moderna e que recebeu o nome do tradicional circuito. Mesmo sendo dono de um traçado interessante, com subidas, descidas, curvas desafiadoras (para os padrões atuais), nem de longe tem a mística do histórico circuito.
A parte antiga, preservada, hoje com pouco mais de 20 Km, voltou depois de um certo tempo a ser aberta para o público que, pagando 25 euros, pode dar uma volta no Nordschleife.
Os fãs, os saudosistas e os – digamos – puristas do automobilismo histórico fazem suas peregrinações e realizam eventos neste templo da velocidade que jamais será esquecido. Contudo, o Museu do circuito praticamente despreza a histórica existência do “Südschleife”, algo que os historiadores e os
espíritos da floresta jamais permitirão acontecer!

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